Entre 1986 e 87 as 12
edições de Watchmen
cairiam como um assombroso e impressionante cometa, destruindo
paradigmas e conceitos muito bem estabelecidos em mais de 40 anos de cultura de
heróis fantasiados, mas do que realmente se trata essa obra prima? Será que ela
é isso tudo realmente?
Alan Moore – texto
Dave Gibbons – arte
John Higgins – cores
O
ComicVille apresenta Watchmen...
Para entender melhor o
que esse fenômeno representa é necessário nos alinharmos com a genial mente de Alan Moore; antes
dele, ninguém nunca havia feito uma análise crítica e realista ao gênero dos
super-heróis, aliás, talvez nem houvesse razão, visto imensa suspensão de
descrença necessária para se assimilar aquelas figuras coloridas de cuecas por
cima das calças.
O
principal objetivo era analisar a relação do ser humano com o poder; neste
ambiente o plano de fundo escolhido foi o medo da guerra nuclear representado
pelo conflito soviético no Afeganistão,
algo real e que realmente estava por perto na época.
Não que as
similaridades com o nosso mundo cessariam por aí, pois o aspecto mais
importante por traz do cenário de Watchmen
seria em essência a alma da história, como, por exemplo: se
abrirmos uma revista mensal de um super-herói, veremos o lutando contra artimanhas,
monstros mágicos e invasores alienígenas; a cidade do personagem enfrentara ameaças
em proporções mitológicas, mas no final do dia estará tudo bem, porém neste
universo não é assim que as coisas funcionam!!!
Nesta obra temos retratado
um reflexo de nossa realidade, onde cada ação de cada ser ira causar as guerras
revoltas públicas e até a morte dos praticantes, ou seja, nosso personagem
citado acima pagaria pelos seus erros, e pagaria caro.
Ah ComicVille, mas
várias HQs tem esse estilo, certo! De onde será que a ideia para elas surgiram?
A Ideia surgiu as
pensar em usar uma fantasia para bater em bandidos, no qual é analisada e
ridicularizada na sociedade de Watchmen,
exatamente como seria na nossa (sim você tiraria sarro). Um dos membros do
grupo, o Coruja,
relata que quase morreu quando um bandido deslocou sua máscara, tapando sua
visão. Quem não teve tanta sorte foi Dollar
Bill, que teve sua capa presa em uma porta e morreu com tiros
de assaltantes de banco.
É detalhes bizarros muito bem construídos por Alan Moore que se
refere a tudo isso como uma piada cínica sobre super-heróis. Que motivações
reais poderiam levar alguém a este ponto? De se vestir com uma roupa cafona e sair
por ai combatendo o crime. E de que forma eles se relacionariam entre si e com
a sociedade? De que forma seriam diferentes de políticos, policiais ou qualquer
grupo de autoridade que conhecemos? A resposta é: Não seriam.
O fato de usarem uma
capa não o tornariam mais especiais e sim às vezes o fazem serem odiados, porém
o assunto se aprofunda com o surgimento de Dr. Manhattan em plena guerra fria; o
único “Super” ser de fato, que é o cerne do argumento muito bem estabelecido na
trama pela referência: “Deus
existe e ele é americano.”
Neste ponto começam
as verdadeiras mudanças sociais e históricas em Watchmen, afinal como poderiam os EUA ser
humilhados no Vietnã quando aliados a um Deus?
E assim a história se
desenvolve em uma complexidade que chega a ser inacreditável aos olhos do
leitor. Essa obra até hoje é citada por muitos sites como a melhor graphic
novel da história; tanto que na 3ª ou 4ª releitura é comum ainda ser
surpreendido.

Graphic novel obrigatória na estante de qualquer colecionador.
Nota: 10/10 (mais que merecido)
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